terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Comitê Paralímpico Brasileiro festeja 20 anos de conquistas


Em vinte anos, CPB já soma 166 medalhas em Paralimpíadas e 15% dos recursos das Loterias. Foto: Douglas Macedo

Fundado em 1995, comitê tem Pelé como ‘padrinho’ e se destaca com várias medalhas. Atletas de ponta projetam metas para os Jogos Paralímpicos de 2016

“Transformar medalhas em perspectivas positivas para a sociedade e para as pessoas com deficiência”. Foi com esse objetivo que há 20 anos, no dia 9 de fevereiro, nasceu o Comitê Paralímpico Brasileiro. Desde então, o esporte paralímpico no país soma conquistas que vão além dos pódios. 
No âmbito político, por exemplo, a criação das leis Pelé (1998) e Agnelo Piva (2001) - responsáveis pelo reconhecimento do esporte paralímpico e pela distribuição de recursos das Loterias, respectivamente - são consideradas divisores de água na história do CPB, como destacou João Carlos Batista, fundador e primeiro presidente do Comitê: 
“O apoio do Pelé, quando foi Ministro do Esporte e as verbas recolhidas com a Lei Agnelo Piva, quando passamos a receber 15% dos recursos destinados ao esporte olímpico no país (os outros 85% pertencem ao Comitê Olímpico) ajudou o CPB a crescer e a se tornar o que é hoje”, destacou. 
Nestas duas décadas, o crescimento do Comitê também foi refletido em medalhas: foram 166 - entre ouro, prata e bronze - conquistadas desde 1996 e o sétimo lugar no quadro de medalhas da última edição, em Londres. Para João Batista, que atualmente compõe a diretoria da Andef (Associação Niteroiense do Deficientes Físico), o Brasil tem muitos atletas de ponta e muitas esperanças de medalhas.
“A Andef é um grande formador desses talentos. Com os recursos do Comitê e com o que temos aqui, a expectativa é de que tenhamos um desempenho ainda superior ao de 2012”.
E uma das esperanças citadas por João, atende pelo nome de Yagonny Sousa. Aos 22 anos, Yagonny é recordista mundial nos 800 metros e, depois de um acidente com descarga elétrica que o fez amputar os dois antebraços, viu no esporte uma possibilidade de superação.
“Estou trabalhando muito para alcançar o meu sonho, que é conquistar uma medalha nas Paralimpíadas”.
Antes dos jogos de 2016, Yagonny, o CPB e a Andef ainda terão pela frente o Parapan, em Toronto, e o Mundial em Doha, ambos acontecem na atual temporada.
Presidente do CPB quer Brasil à frente de potências em 2016, no Rio
Com uma saúde financeira sólida, atletas de alto nível e estrutura ideal para a preparação de novos competidores, o Comitê Paralímpico Brasileiro lançou uma meta ousada para os Jogos Paralímpicos de 2016 no Rio: ocupar o quinto lugar no quadro de medalhas.  
Se olharmos o quadro da última Paralimpíada, em Londres-2012, teríamos que ultrapassar potências como Austrália e Estados Unidos para atingir a marca. Porém, para Andrew Parsons, presidente do CPB, o Brasil tem tudo para fazer bonito. 
“Nós temos uma geração vitoriosa que vêm de Pequim e Londres e uma pós-Londres muito forte. A nossa estrutura avançou bastante e, com isso, teremos uma delegação competitiva e pronta para desbancar potências”. 
Apesar da empolgação ao falar das medalhas e das vitórias do esporte paralímpico, Andrew pondera que na verdade há conquistas ainda maiores envolvidas nas competições. 
“As vitórias no esporte paralímpico tendem a aumentar o debate sobre as pessoas com deficiência, diminuir o preconceito e fazer com que as pessoas que ainda não olham passem a perceber o deficiente com respeito”. 
O presidente do CPB também destacou que nestes 20 anos de Comitê Paralímpico muitos obstáculos foram superados, como a falta de reconhecimento da legislação brasileira e a falta de recursos, mas comemora a fase atual.
“Muitas barreiras foram quebradas nestas duas décadas. E, sem dúvidas, o respeito e a inclusão são nossos maiores presentes nesta data”.

O Fluminense



Fonte: http://ofluminense.com.br



Data do artigo: Seg, 09 de Fevereiro de 2015
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