OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:

As notas a seguir são dirigidas principalmente aos leigos em medicina e têm por objetivo destacar os aspectos mais relevantes desse assunto e não visam substituir as orientações do médico, que devem ser tidas como superiores a elas. Sendo assim, elas não devem ser utilizadas para autodiagnóstico ou automedicação nem para subsidiar trabalhos que requeiram rigor científico.
quarta-feira, 27 de agosto de 2008 - Atualizado em segunda-feira, 03 de junho de 2013
Atalho: 62E0SM7

Diabetes Mellitus

Diabetes Mellitus
Sinônimos:
Hiperglicemiadiabetes
Nomes populares:
Sangue doce, açúcar no sangue
O que é Diabetes mellitus?
Diabetes mellitus (DM) é uma condição na qual o pâncreas deixa de produzir insulina ou as células param de responder à insulina que é produzida, fazendo com que a glicose sangüínea não seja absorvida pelas células do organismo e causando o aumento dos seus níveis na corrente sangüínea.
Existem dois tipos principais da doença. O diabetes tipo 1 (DM1) e o tipo 2 (DM2).
Diabetes mellitus tipo 1. O que é?
O DM1 é o tipo de diabetes predominante na infância e na adolescência, a idade em que ela se inicia geralmente é de 10 aos 14 anos (pico de incidência). Porém, a incidência (número de casos novos) do DM2 está aumentando nesta faixa etária nos últimos anos.
diabetes tipo 1 resulta da destruição das células beta do pâncreas – células produtoras de insulina. Esta destruição é mediada por respostas auto-imunes celulares. Ou seja, o próprio organismo destrói suas células, levando ao aumento da glicose no sangue por déficit absoluto de produção de insulina.
As manifestações clínicas na infância e na adolescência variam desde a cetoacidose – que muitas vezes é o evento inicial da doença, até uma hiperglicemia pós-prandial. As manifestações podem ser desencadeadas pela presença de infecção ou outra condição de estresse ao organismo. Apesar de rara na apresentação inicial, a obesidade não exclui o diagnóstico de DM1.
O DM1 associa-se com relativa freqüência a outras doenças auto-imunes como tireoidite de Hashimoto, doença celíaca, doença de Graves, doença de Adison, vitiligo e anemia perniciosa. Recomenda-se investigar rotineiramente a doença auto-imune da tireóide e, se possível, também a doença celíaca nas pessoas que têm DM1, devido a sua maior prevalência (número de casos existentes de determinada doença).
Diabetes mellitus tipo 2. O que é?
O DM2 é considerado uma das grandes epidemias do século XXI e afeta quase 90% das pessoas que têmdiabetes, sendo o tipo mais comum.
Ocorre quando o nível de glicose (açúcar) no sangue fica muito alto. A glicose é o combustível que as células do corpo usam para obter energia. O diabetes  tipo 2 ocorre quando não há produção suficiente de insulinapelo pâncreas  ou porque o corpo se torna menos sensível à ação da insulina  que é produzida - a chamadaresistência à insulina. A insulina  ajuda o corpo a levar a glicose para dentro das células.
Os sintomas incluem aumento da freqüência urinária, letargia, sede excessiva e aumento do apetite – muitas vezes não acompanhado de ganho de peso.
É uma doença crônica que pode causar complicações à saúde; incluindo insuficiência renal, doenças docoraçãoderrame (acidente vascular cerebral) e cegueira.
Em termos mundiais, cerca de 240 milhões de indivíduos apresentam DM, com uma projeção de 366 milhões para o ano de 2030, dos quais dois terços serão habitantes de países em desenvolvimento. Infelizmente, cerca de metade das pessoas com DM desconhecem que são portadores desta condição e não podem, dessa forma, prevenir suas complicações.
No Brasil, o número estimado de portadores de DM é de aproximadamente 16 milhões de pessoas.
Pré-diabetes. O que significa este conceito?
É uma condição em que os níveis de glicose são mais altos que o normal, mas não tão altos para dar odiagnóstico de DM2 (o tipo mais freqüente). Pessoas com pré-diabetes têm maiores riscos para desenvolverdiabetes  tipo 2, doenças do coração e derrames (acidentes vasculares cerebrais). Uma vez cientes desta condição, podem iniciar medidas preventivas.
Quais são as causas do DM?
No DM1, a causa básica é uma doença auto-imune que lesa irreversivelmente as células beta do pâncreas(células produtoras de insulina). Nos primeiros meses após o início da doença, são detectados no sangueanticorpos - anticorpo anti-ilhota pancreática, anticorpo contra enzimas das células beta (anticorposantidescarboxilase do ácido glutâmico - antiGAD, por exemplo) e anticorpos anti-insulina.
No DM2, ocorrem diversos mecanismos de resistência à ação da insulina. O estilo de vida moderno tem papel fundamental no desenvolvimento do diabetes, quando consiste em hábitos que levam ao acúmulo de gorduraprincipalmente na região abdominal. Tipo de distribuição de gordura que é mais relacionado ao aumento do risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
O que se sente?
Os sintomas do aumento da glicemia são: sede excessiva, aumento do volume urinário e do número demicções, hábito de urinar durante a  noite, fadiga, fraqueza, tonturasvisão borrada, aumento de apetite e  perda de peso.
Estes sintomas clássicos do diabetes muitas vezes passam despercebidos ou não são valorizados pelos portadores desta condição. 
Estes sintomas tendem a ir se agravando e podem levar a complicações severas e agudas como acetoacidose diabética (no DM1) e o coma hiperosmolar (no DM2), caso a doença não seja diagnosticada, nem tratada.
Os sintomas das complicações que ocorrem a longo prazo, ou seja, aquelas decorrentes da hiperglicemiamantida ao longo dos anos, envolvem alterações visuais, circulatórias, digestivas, renais, urinárias, neurológicas, dermatológicas, ortopédicas e problemas cardíacos.
Como o médico faz o diagnóstico?
Além dos sintomas e sinais clássicos da doença, que podem não estar presentes precocemente, o diagnósticolaboratorial do Diabetes mellitus é estabelecido pela medida da glicemia no soro ou plasma, após um jejum de 8 a 12 horas e também pela dosagem da glicemia 2 horas após sobrecarga com glicose (glicemia 2 horas após-sobrecarga). O diagnóstico sempre deve ser confirmado com uma segunda medida.
Os parâmetros para o diagnóstico de diabetes são:
Critérios para a presença de anormalidades da tolerância à glicose, segundo a ADA-2005:

 Categoria
 Glicemia de Jejum
 Glicemia 2h pós-sobrecarga
 Normal
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