quinta-feira, 13 de setembro de 2012

ADFG/Lobos esquece reivindicações materiais e procura 'guerreiros' para o elenco


ADFG/Lobos esquece reivindicações materiais e procura 'guerreiros' para o elenco


Depois de ganhar novas cadeiras, clube de basquete sobre cadeira de rodas de Guarapuava busca jogadores para integrar elenco. Amputados também podem atuar e são prioridade

Diário AgoraDouglas Belan 
 
ADFG/Lobos (de amarelo) destaca os benefícios do basquete sobre cadeira de rodas para conseguir atrair mais jogadores (Foto: Divulgação)
Após anos falando da necessidade de apoio financeiro e estrutura, a ADFG/Lobos mudou a conversa. Por incrível que pareça, o principal desejo do time de basquete sobre rodas de Guarapuava não é mais material. Com cadeiras adequadas e quadra propícia à prática do esporte adaptado, só restou uma reivindicação: mão de obra.

E a busca não se restringe a profissionais. Antes carente de auxílio técnico, hoje o clube conta com a ajuda de fisioterapeutas e treinadores fora de quadra, e, dentro dela, tem jogadores experientes. No entanto, o elenco ainda é reduzido e pouco móvel, segundo o atleta e presidente da associação, José Acir da Luz.

“Nós sentimos falta de jogadores com mais mobilidade, que são, geralmente, os amputados. Mas muitos nem sabem que podem jogar e outros têm preconceito, não querem se misturar com os cadeirantes. O preconceito do deficiente com ele mesmo ainda é muito grande”, desabafa.

O time guarapuavano tem hoje os dez atletas necessários para começar uma partida, sendo cinco titulares e cinco reservas. Porém, ainda pode inscrever jogadores de categorias consideradas mais altas.

Cada esportista entra em quadra com uma pontuação agregada, que varia de acordo com o grau de deficiência e o tempo de tratamento. A equipe que estiver jogando pode somar, no máximo, 14 pontos. Como boa parte dos jogadores guarapuavanos se enquadra na categoria de 1 a 2 pontos, há espaço para mais dois amputados – que levam consigo 4,5 pontos.

Acir acredita que uma adesão dessas pessoas ao basquete tornaria a modalidade muito forte em Guarapuava. Ele garante, ainda, que não é preciso saber jogar para se integrar à equipe.

“Só com as pessoas que eu conheço, dava para montar um time fortíssimo se eles resolvessem jogar. A gente tem estrutura para quem começa, porque a maioria que resolve entrar nunca tinha jogado basquete. Hoje, temos um ônibus da Pérola do Oeste que vai buscar e depois leva o jogador na porta da sua casa. Durante o treino, eles recebem orientações da treinadora Bruna e do pessoal do Cedeteg, que cuida da fisioterapia”, disse.

É por isso que os integrantes do ADFG/Lobos planejam um curso de motivação aos cadeirantes do município. Entre os pontos abordados estarão os benefícios percebidos pelos atletas com a prática esportiva.

O presidente da associação guarapuavana é uma das provas vivas das vantagens do basquete. De 105 kg, Acir passou a pesar 90 kg e desenvolver atividades que antes não conseguia.

“A resistência física que eu adquiri foi incrível. Hoje eu ando em qualquer terreno, me sinto saudável. Não vejo mais minha vida sem o basquete. Sem contar que você se relaciona mais com as pessoas, viaja..”, enumerou.

A equipe guarapuavana treina todas as terças e sextas-feiras, das 7 às 9h, no ginásio Trianon. Os interessados em participar podem ir à associação ou comparecer nos treinos.

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